O Filho Da Luz

Feito em 24 de Outubro de 2011...
O tempo do calor e da luz,
E da brisa da tarde. É primavera.
Sou o sonho da estação tão próxima,
Do nada, do lúdico, da flora e fera.
Atrás da noite escura, solitária estrela,
Atrás dos olhos fechados, o sonho acontece.
Quem via que de nada adiantava,
Vê a primavera, a fera, a bela e cresce.
Um broto, um filho, um delgado ser da luz.
Um sopro, um além, um escuro, uma cruz.
É ele que desce, que sobe, que cresce, é Jesus.
Beija na face, ele é a primavera,
Ele é o doce mel e sonho. O sol aparece na tarde.
O calor é intenso, o começo o invade,
Ele busca, ele faz, ele regenera.
Ele educa, ele devora, é primavera.
Parece ser tenso, ou denso, mas o sonho é não acordar.
É não respirar, é conquistar e poder morrer sem reclamar.
Não dou a cara a tapa, sonhar não mata.
Não manipulo os carneirinhos, para me fazerem dormir.
O pesadelo da madrugada. O alado filho.
Se reflete no espelho, e a luz ilumina,
O olhar é quase cego, e sua cor o assusta e fascina.
O beijo alado do senhor da foice errante,
Um beijo gelado, sem vida e apaixonante.
Um sonho tão frio. É primavera.
Um sonho azul. O filho da luz.
Um sonho. Transpassa a madrugada do meu mau.
Um monstro, um anjo, um solitário egoísta.
Um demônio, um maníaco, os dentes que rasgam,
As partes ensanguentadas do imortal e sua glória.
É glória, é Mória, a escória, da glória, é glória.
Meu sonho indelicado, atormentado, a vela e a lua.
Se passa-se o tempo, e o sorriso estampa-se.
Se passa-se o tempo, e tudo acabasse,
Oh mais que tempo feliz!
Da janela eu vejo o tempo do fim.
Da janela me sinto um dos filhos,
Da luz do mundo, o empecilho,
Não posso bater as assas e voar.
Me debato na cama, não posso abrir meus olhos,
Hoje e agora quero ser real e acordar.
Posso beijar sua face sem morrer envenenado?
Posso morder seu pescoço e não ser condenado?
Posso voar pela janela e ser um filho da luz alado?
Posso vestir a primavera e ser coroado?
Posso acordar? Não quero dormir.
Posso acordar? Vejo o fim, não quero cair.
A caixa de música na surpresa do terror.
Sem ar nos pulmões e um coração que pulsa,
Uma sombra que se projeta, um belo natal,
Onde nascem ao mundo as crianças,
Tristes por não serem Jesus, ou um santo escolhido.
Tudo bem se não nascer no natal. É primavera.
Se me chamas as escondidas na noite,
Se clama meu nome e apaga minhas velas,
Se me abraça no terror do fim da noite,
No começo do destino incerto,
E me dá o beijo trágico do sonho psicótico,
Do torto, do tudo, do posso e faço,
Sei que tudo não passa da farsa,
Do destino programando um filho,
Um incerto caminho trilhado,
Pelo bem dos olhos fechados.
Um sonho. O filho da luz.
Acorde para a cruz meu filho. Acorde sou Jesus!

By: AyKe.AeRa.

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