Produzindo Você

Feito em 15 de outubro de 2011...


Eu solicitei que você me conhecesse,
Eu mostrei os motivos para me entender.
Como posso ficar na miséria do produzir?
Como posso acreditar na sua proposta?
Viciei-me em tantos planos,
Em tantas formas que encontrei de fazer tanta coisa.
Viciei-me em circunstâncias arranjadas,
Em tantos poemas tão conflitantes.
Agora posso produzir um único.
Posso fazer algo por você.
Agora me esnobo por algo,
Que nunca quis nem aparentar ser.
Posso fazer. Produzindo você.
Posso ver como é feito. E fazer tudo exatamente igual.
Posso prever o que é feito. E fingir ser uma das possibilidades.
Produzo esse mundo que de meu só são os fatos.
Produzo o mundo das mentes paranóicas e infantis,
Dos contos de fadas das cores sem fim,
Do negro e pesado céu de um inverno frio e negro.
São os fios de locomoção que dizem para fazer,
Ou que dizem não ser tão correto quanto pensava.
Mas quem lê o lembrete de advertência dos atos?
Quem pode prever que tudo é mera desgraça ou fracasso?
A linha de montagem contrata por prazer de ver tudo feito.
Tudo tão bem feito. Tudo perfeito.
A produção da massa emociona. E você bem sabe disso.
As ordens podem não serem tão claras.
Mas são ordens a serem obedecidas.
O respeito e a honra de alguém que produz.
O respeito e a honra de alguém que traduz.
Hoje quem pode, não vê mais que pode.
Hoje eu sei o que tanto se procura.
Hoje eu e você sabemos o que produzir.
Agora vejo seus antagonismos que lhe impedem de ser alguém,
Ou lhe atrapalham em tantos momentos.
Estou produzindo para relembrá-lo dos porquês,
Da vida ou algo tão similar quanto uma era.
Os olhos mudam bruscamente de cor?
As pernas não recebem mais seu sinal?
Você produz e agora, o que fazer?
O que pensar. Você já fez tanta coisa e não tem mais escolhas.
Mas a mesma orgia da cabeça volta a pairar,
E também o gosto do amargo cabelo castanho.
Alguém pode ser um perseguido e não perseguir?
Alguém pode ser eterno na solidão de seu mundo?
Produzindo você e relativamente a mim mesmo.
Sabendo das incertezas, razões tão inseguras.
Mas esse é estilístico para o momento.
E tudo é independente do seu juízo de gosto.
E sabemos o real e o não real. Produzido para compreensão.
Quem pode ser o estranho e mesmo assim seduzir tanto?
As produções tão mescladas do mistério.
Por que você perde seu tempo aqui?
Por que você realmente acha que posso fazer algo?
Por que acreditar em mim? Por que achar a razão?
Fascínio. Isso pode ser otimista.
Delírio. Isso é algo para turistas.
Quem se perde no meio de tantas produções tão grandiosas.
Tão infinitas no mistério e pavorosas.
Esse é o meu mundo de produção em série.
Isso é tudo que posso fazer sem pensar.
Sem erguer a cabeça para reclamar,
Ou fazer por pura sorte de um destino.
Produzindo você, para mim e para a era.
Para o além e algo tão perto.
Saiba suas verdades. O fim o espera. Por que você ainda lê isso?

By: AyKe.AeRa.

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