Borboleteando

Feito em 21 de novembro de 2011...


Rompe-se o casulo. O efeito camurça sai.
Suas asas são tão abstratas, tão anormais.
Mas ele pode agora cruzar o céu.
A bela borboleta manifesta no ar,
Uma estranha emoção de alguém sem correntes.
Ela rompe aquilo tudo já previsto, ou normalizado.
Ela rompe tudo aquilo aprendido, ou idealizado.
Quem sabe esperasse por esse momento novo.
Ou quem sabe nunca pensasse nas esquinas já passadas.
Jogado nas ruas como um mendigo,
Nas esquinas da vida, solitário a se defender e a lutar,
Quem nunca caiu no chão em prantos a chorar,
Depois levantou como no espanto,
Recompôs-se e voltou a dançar,
A dança da vida, que quem não dança, dança.
Quantos pesados desaforos e casulos,
Carregamos sem precisar de ajuda,
Sem olhar para trás no caminho percorrido,
Sabendo das esperas.
Tudo sempre valerá à pena. Tudo é belo e infinito.
Então após o tudo abrimos nossas assas,
Verdes, azuis, amarelas ou monarcas,
Pois sabemos o que somos, e o que fizemos para ser.
Mas essa é a vida dos pequeninos nichos de cultura.
Somos as borboletas do amanhã,
Somos os casulos do hoje ontem.
Nossas assas são programadas a abrirem,
Na hora certa, no céu azul certo, para o dia certo,
Como em uma canção infinita de amor.
Todos somos lagartas, principiando a beira do caos.
Todos nós somos monarcas, da instituição da bela Bauhaus.
E nascemos desse jeito sem nenhuma explicação.
Por que o infinito é sem fim,
E por que o universo toma sua decisão?
Algo além de esplêndido é a luz da liberdade.
Algo de além de assustador é a perca da sinceridade.
Com nossas assas ainda abertas, com a vida podemos ser,
Com nossas assas ainda abertas, com a vida aprendemos ser,
Algo melhor que um casulo,
Algo melhor que um borboletear.
Saímos sufocados do inferno, para aprendermos a voar.
Alguém aí vende a lição em latas?
Alguém aí aprende a dizer o que pensa por cartas?
Quero beijar o mundo com as asas,
Da liberdade do infinito complexo,
Pois quem não cola não aprende o léxico,
 De aprender a voar. Abrir as asas e se jogar.
Quando se aprende a viver na liberdade,
Não se experimenta o caos de um casulo.
A vida pode ser a glória do hoje.
Andamos pela rua sem preocupação,
De como estamos ou quem está a nos olhar,
Sentimo-nos um pouco estranhos,
Mas esse é só o começo do que se pode esperar.
Até quando podemos esperar que a fraqueza nos impeça
De lutar por nossas assas tão perfeitas,
Que nos levem ao céu intenso, tão grandioso e denso,
Um belo fim de tarde do verão.
Quem precisa de sua ajuda, para usar as próprias mãos,
Para abrir o casulo da estação atrasada,
As minhas asas só podem ser negras e laranjadas,
Pois sei até onde posso chegar.
Ame sua vida, pelos mínimos detalhes,
É neles que aprendemos que tudo vale à pena,
E que por menores que sejam,
Você pode ser e ter tudo, assim como um sorriso na chuva.

By: AyKe.AeRa.

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