Tardes De Maio

Feito em 20 de Maio de 2012...
Onde está a felicidade?
Quem sabe se encontre nas minhas velhas tardes,
Com minha família e um jogo de dominó,
E mais um fim de tarde ensolarado.
Quem sabe nas mesmas músicas do passado,
E nas brincadeiras de rua,
E mais e mais fins de tarde ensolarados.
Quem sabe esteja no sol,
Ou quem sabe no meu passado,
Quando eu apenas sonhava com tudo aquilo,
Que eu tenho e sou hoje.
Sem tudo isso eu era mais feliz,
Nas minhas tardes ensolaradas.
Eu matei minha mãe de desgosto,
Odeio meu pai por meus princípios,
Diferente de todas aquelas tardes amarelas,
Onde o sol sempre me acalmava após mais um dia,
E onde sabia que sempre teria um amanhã.
Por que sonhava com tudo aquilo que queria,
E não fazia nem metade do que podia,
Era uma criança feliz.
Naqueles jogos da rua onde nada se ganhava,
Apenas mais e mais tempo gasto e energia,
Tudo aquilo sempre foi tão bom,
A vida não cobrava nada dos perdedores.
Ali nada tinha consequências,
Bem diferente dos jogos de hoje em dia.
Os mesmos fins de tarde ensolarados,
E muito pouco ainda resta daquele outro em mim.
Mais um dia? Não. Mais um fim.
Minhas festas alegres e um mês de maio.
Muitos e muitos dos meus melhores aniversários,
E tantos fins de tarde ensolarados,
Onde a terra e o horizonte devorava o sol.
Sempre desconfiei do meu mês de maio.
Sempre desconfiei do meu mês de maio.
Hoje em dia conto como um dia a menos de vida,
E nunca mais canto um parabéns sem me lembrar de um hospital,
De uma mãe e de mais desconfiança.
Onde está a felicidade?
Hoje em dia todos cobram de mim esse alguém que me tornei,
Cobram de mim tudo aquilo que transformei,
Apenas cobram e cobram cada vez mais de mim.
Mas, onde está a felicidade?
Como eu sonhava em construir lugares novos,
Coisas novas e sonhos novos.
Depois sempre podia destruí-los sem consequências.
Quem me dera ter o dom de destruir sem ser destruído.
Hoje em dia tenho que ser até precavido,
Por que nunca sei quando alguém vai me passar uma rasteira.
As lembranças das risadas viraram cobras sorrateiras,
E sempre procuram o lado que se acha mais forte.
Não que me importe,
Mas aquilo tudo já foi parte de minhas tardes de maio.
Tudo é diferente hoje,
Fazer o que se até o meu horizonte muda,
E o sol de hoje é devorado por outras linhas,
Interpostas sobre o meu horizonte do passado.
Amigos muito amigos viraram ilhas.
Amigos só amigos viraram pó.
Onde está a felicidade?
Tenho o que quero, sou o que eu quero.
É por isso que me desespero,
O que eu vejo é mais um fim de tarde ensolarado,
Nesse maldito mês do meu aniversario,
Mês de maio. Mês da culpa e do culpado.

By: JeAAne.ELeVen.


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