LERO - LERO

Feito em 11 de Setembro de 2014...
Eu o condeno a uma liberdade acorrentada,
A uma vida bem regrada,
E tudo isto que é ordem e é lei.
Eu o condeno a uma liberdade fabricada,
A uma vida em um lugar de nada,
E tudo isto que é progresso e eu já inventei.
Que seja eu e seja livre,
Não seja alguém assim só por ser,
Que seja eu e seja livre,
Não seja alguém assim só por saber.
E por querer, pelo entreter, eu quero ser,
E quero que seja eu e que seja livre,
Que seja eu e que seja livre,
Que seja eu e que seja livre,
Livre nesta liberdade total acorrentada,
E seja eu e seja livre, liberdade total acorrentada,
É assustada, manipulada, é fabricada e não é nada,
Lugar nenhum, e não sou eu, mas seja livre,
Lugar nenhum e mais nada, além de nada,
Alegria espontânea na liberdade acorrentada,
É jogo de vida, na vida regrada,
E quero armadura, pois tenho a espada,
E sou a vida neste lugar de nada,
Eu o condeno a uma liberdade acorrentada,
Que seja alguém assim só por ser já sendo,
Não seja alguém assim sabendo e querendo,
Aos poucos se esvai e vai degradando e morrendo,
O mostro que dorme já nem está mais comendo,
Não se tem o que comer e de fome está se roendo,
Aos poucos se esvai, aos poucos é luz e vai rompendo,
E sou alguém assim por si só já sabendo,
Estou trilhando a liberdade, a liberdade me enlouquecendo,
Eu me condeno a liberdade, o que está acontecendo?
Rasgando, velando, dançando, se remoendo,
O que por Deus, oh meu senhor, eu estou ainda fazendo?
Brincando, cantando e aos poucos estou cedendo?
Em nome do pai e do filho, o que está acontecendo?
Porque a lei está me algemando? Por que a lei está me prendendo?
Estão aos poucos me derrubando, me quebrando, estou morrendo,
A vida regrada é alma passada, eu estou sim me perdendo,
Ilumina a minha vida, não sou assim por que eu quero,
Eu estou em um momento frio e só então é que me desespero,
Livre! Luta! Chão! Me descabelo!
Eu sou livre e algemado e isso é tudo tão frio e belo!
Eu fujo e eu grito, não sou frio e nem mais espero,
Pois não há o que se esperar, eu grito e então me enregelo,
Por quê? Por que sim, por que sim, por que quero e eu quero.
Eu sou livre e algemado e isso é tudo tão frio e belo!
Passa tempo TIC-TAC, batem na porta TOC-TOC,
E o anel que tu me destes era vidro e se quebrou,
Nada mais nesta minha vida é tão certo ou me sobrou.
DING-DONG, TIC-TAC, TOC-TOC, eu não estou.
DING-DONG, TOC-TOC, para onde foi? Para onde eu vou?
O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou,
DING-DONG, TIC-TAC, TOC-TOC, eu não estou.
Tudo é azul, bem perto preto, é verde e tem tom de anil,
Eu morro aqui bem perto, sou eu do sul do meu Brasil,
E DING com DONG, me poupe desta metralha,
Sou filho da luta, incessante, da geração que nunca para,
É guerra da esquerda para a direita, é bala, é bala e é bala,
É DING com DONG, metralha, metralha e metralha.
Livre! Luta! Chão! Me descabelo!
Eu sou livre e algemado e isso é tudo tão frio e belo!
E por querer, pelo entreter, eu quero e eu quero,
Lugar nenhum é um lugar, TIC-TAC, LERO-LERO.

By: Sebastien Cavendish.

Comentários

Postagens mais visitadas