Quando a "Persona" vira um "Mito"

Não posso. Quem disse isso? Por que disse isso? Isso eu não sei. Mas sim, eu posso. Bem vindo a este pequeno texto e a este pequeno pedaço daquilo que eu vou escrever, e que não tem nenhum sentido para você que não lê e que não pensa. Até por que se você não lê, que idiotice a minha, nem vai saber do que eu estou falando.
Pensar pode ser mais significativo do que se possa realmente pensar, que estranho não? Isso até embaraçou a minha visão, fiquei meio cego... Pois bem, vou começar a falar sobre conversas. Mais estranho ainda, eu escrever sobre conversas, conversas verbais, mas tudo bem. Este é o novo eu que quero mostrar um pouco para vocês. Um eu que acha tudo muito estranho. Inclusive esta forma aberta de se dirigir sem códigos secretos, rimas estranhas e vocabulário sem compreensão.
Bem, eu conversei verbalmente com alguns amigos (o que antes me parecia algo até impossível). “Viajamos na maionese”, como eu diria na minha infância, e olhe que tenho apenas 22 anos, não sou tão velho e nem tão novo. Bom, nós viajamos entre muitas dimensões (e não usemos maconha, que isto fique bem claro). Viajamos? Sim, eu digo. Por que viver nada mais é do que viajar naquilo que pode ser real para alguns e irreal para outros. E conversar é a melhor maneira para se pensar sobre outros aspectos que não os nossos egoístas e solitários meios de ser o que somos, e viajar entre palavras que são soltas e jogadas no ar. Mas no que viajamos?
Bem, viajamos entre um pouco de tudo: extraterrestres, teorias da conspiração, filmes extraordinários, falcatruas, falta de vontade e demais aspectos correlatos, incluindo Hillary Clinton (sim isso pode parecer loucura, mas são todos da mesma seita e da mesma ordem).
Isso é quase irreal. Mas por que não alimentar um pouco mais destas historias irreais que nos mantém mais felizes e realizados diariamente? O mundo real já é um absurdo, e dos grandes. Se você achar que é normal ser apenas real então essa história não é para você, melhor parar de ler agora mesmo, você não faz parte deste grupo, tchau, felicidades.
Se você pelo contrário não é desses, seja bem vindo, pois escrevo para você que dentro da própria irrealidade reconhece um pouco daquilo que sempre desconheceu, o pedaço de mundo que é só seu. Aquilo tudo que está fora de um círculo de comodidade.
E se é cômodo lhe deixa cada vez mais conformado. E se você é conformado você não pensa e fica na alienação, e se você está alienado você não irá mais ler, e não lendo nem saberá do que eu estou falando de uma forma escrita e não verbal. Sim... Isso já deu. Foi longe. Gosto de ir longe e ver até onde eu consigo chegar, até tudo parecer uma grande loucura. Cômodo, conformado...
Desconheço outra forma mais significativa de retratar o que é a vida das pessoas que eu conheço. Conformismo. Que palavra mais triste. Porque ela ainda existe na língua portuguesa e no dicionário?
Conversei muito com outras pessoas sobre isto. Sobre o conformismo. E apesar de relutarem e esbravejarem que não eram conformadas, bem... Tudo fica mais bonito apenas dito de boca cheia e com todos os dentes!
Quanto conformismo! Quanta alienação! E se no final nada mais der certo Sabino? Estamos vivendo na era da comodidade. E é desta forma que eu quero começar. Comecei...

Tudo Muito: Cômodo.

Fui para a rua no incômodo. Mas, nada muda pela comodidade. Pessoas e mais pessoas e nada parece mudar, pelo menos para mim. Tentar se esconder atrás de uma “persona” de um “mito” de uma “marca”, isso não chega a ser uma surpresa.
E quanta surpresa eu tive quando descobri que era mais cômodo me chamar de Ayke, de sentimento ou de qualquer “persona a quatro” (diabo a quatro, mas não era o diabo). Criei isto, me enfeiticei por isto. E como é prazeroso quando a gente se esconde da gente mesmo. Mas esta comodidade temporal é hipócrita, ainda mais quando se prega a verdade com palavras que você mesmo recusa a aceitar que são suas.
Quando a persona vira o mito, você não deixa ela ser vangloriada, aplaudida e aclamada. Quanta injustiça da sua parte. Não se acovardou dizendo que não era você que escrevia? Cadê a sua responsabilidade? É mais cômodo não dar a sua cara a tapa, não é mesmo?
E marca. Quem não se esconde atrás de uma? Todo mundo tem que sair vestido pelas ruas. Vivemos neste jogo de esconde-esconde, e voltei a falar da minha infância, que não está tão longe de mim.
Bem, conversar com verbos falados e não escritos está me deixando assim. Vivendo nesta irrealidade de tentar fazer alguma coisa que eu posso. Agora estou me contradizendo você pode se perguntar... E acho que sim. A realidade é a alienação e, portanto tenho que me desculpar por excluir você deste grupo. Quem sabe nem exista um grupo. Quem sabe eu que esteja realmente cego e veja coisas onde não tem, e quem sabe esta conversa já esteja na hora de acabar, por que extraterrestres e conspirações são assuntos muitos perigosos.
Eu sei que errei, e sei que nada sei como diria a filosofia, mas nunca ouse dizer que não deixei de ser cômodo, que nunca mudei ou que nunca tive uma visão mais ampla da minha realidade (que não é tão bonita e colorida assim como eu penso, e como eu penso!).
E no fim eu apenas queria dizer alguma coisa que eu já deveria ter dito. Não sou nada especial, acho que estou conformado. Eu sou uma “persona” buscando por um “mito”, e por isso acabo por aqui, assunto encerrado.

Feito em 12 de Julho de 2015.
By: Vinicius Osterer

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