Utopia

Eu quero sorrir mesmo que isso seja na imaginação,
Dentro da minha utopia de balas e chicletes cor de rosa.
Eu quero construir dentro de minha cabeça e do coração,
Um belo texto em forma de poesia ficção de uma prosa.
E hoje eu sou a constelação mais distante que tenta brilhar,
Tenta não ser ofuscada pelos cometas e pelas pessoas rancorosas.
Sou o sentimento mais leve de amar a vida e se amar,
Sem diferenciar e catalogar as pessoas dentro de classes horrorosas.
Eu não sou um catalógo de estilos e formas físicas e gostos,
Eu sou uma matéria bruta que é lapidada dia à dia.
Eu não sou mais um entre tantos e tantos rostos,
Sou mais do que um momento registrado em fotografia.
Utopia, Utopia...
Parece que ninguém mais ouve ninguém e nem respeita,
Dormem com a cabeça carregada de peso moral de consciência.
E a comunicação está tão apressada e tão estreita,
Que hoje se valoriza mais a ação e não mais a inteligência.
Tenho medo de ler e só ver palavras e mais palavras,
Tenho medo de que um sorriso seja vendido no mercado,
E se eu afundar dentro de meu peito de águas profundas e bravas,
Sem ninguém por perto ou sem ninguém ao meu lado?
A vida não pode ser um lindo balão colorido?
A vida não pode vir dentro de uma casquinha de sorvete de morango?
Por que a utopia é um pensamento tão dolorido?
Eu sou um garoto quadrado inserido em um planeta distorcido e losango.
Utopia, Utopia...
Eu tenho fome de música, quero ser pintado como forma de protesto.
Essa canção tem o cheiro doce da maresia de olhos tranquilos e retos.
Cada nota musical é uma letra e uma palavra, estou sendo honesto,
Escolhendo cada palavra não sabendo quais são os caminhos certos.
Eu quero abrir a minha boca e sorrir!
Hoje eu quero isso, eu quero essa única certeza que me resta.
O mundo não pode mais me destruir!
Hoje eu quero isso, e estou escrevendo a minha escrita indigesta.
Estou fingindo viver dentro de um mundo de sonhos,
Um mundo bonito daqueles que a gente cria.
Sem os medos e os crimes que são tão medonhos,
Sem pessoas de coração vazio e mente fria.
Utopia, Utopia...
Mamar o leite do universo sideral que é desperso,
Virar a partitura musical de uma orquestra de um verso,
E sonhar cada dia mais com a minha doce utopia.
Um lugar sem classes, sem nomes e sem padrões,
Utopia, um mundo doce cheio de tantas ilusões.
Eu quero sorrir mesmo que isso seja na imaginação,
Dentro da minha utopia de balas vermelhas de canhão,
Que me lançam para o espaço, que me fazem um pedaço,
De um garoto quadrado inserido em um losango.
Eu sou um homem chipanzé orangotango.
Utopia, Utopia...

By: Vinicius de Góis
Feito em 26 de junho de 2016.

Comentários

Postagens mais visitadas