LESBIESIA

A sua menina de vinte anos não me agrada,
E o meu amor que era grande hoje não é nada,
Não sou a segunda opção ou o plano B,
E sou muito mais do que você consegue perceber,
Por que você não percebe-se nem a si mesmo.
Que lástima!
O amor tem que ser puro, não uma cirurgia plástica,
Uma coisa mecânica e nada fantástica,
Essa coisa toda que faz o corpo vibrar,
Dentro da melodia em que se pode amar,
Aquela sensação que descrevo como estranha.
O amor não fere e não é grosseiro,
Não é sentimento que vem e vai, tão passageiro,
É essa coisa toda que estou tentando esquecer,
E que acaba comigo aos poucos.
Estou me sentindo uma prostituta velha,
Que quer dar o amor por sobre a Terra,
E receber nem que seja um pouco de satisfação,
Um gosto menos amargo do que a rejeição,
Do que a ingenuidade absurda de alguém que quer,
E quer tanto que não sabe mais mensurar,
O tanto que isso pode lhe prejudicar,
Não deve ser amor se isso me prejudica.
Uma prostituta velha com uma vida maldita,
Uma prostituta velha com muito amor.

                    ...

Meu hibisco sagrado, com o seio transfigurado,
Na poesia que é o leite universal.
Se você me quiser que não seja com o mal,
Por que eu lhe quero mansamente e bem.
Uma mulher que lhe quer nos braços,
Menina de vinte e tantos fracassos,
Não quero ser a sua mãe.

                    ...

Acende o cigarro, deita na cama,
Sou uma prostituta da satisfação,
Perca o limite que lhe separa,
Da sua insegurança em me entregar o coração.
Não irei devorá-lo, não sou um selvagem,
Desculpe a grosseria, desculpe a minha imagem,
Não precisa fazer sentido para existir a razão.
Fique leve com a fumaça que lhe invade o coração,
Não seja menos, não seja menos por favor,
Não faça o menos, me dê bem mais o seu amor.
Você acaba comigo aos poucos,
E o amor não é assim, eu acredito,
Se eu lhe amo em segredo? Sim, eu não minto,
Mas você já sacou bastante coisa, convenhamos,
No silêncio das nossas almas nós dois combinamos,
Mas não vou ser sempre uma prostituta velha,
Um dia acordo e viro uma virgem descomunal,
E se você não me der nenhuma moral,
Eu me entrego aos braços do amor de Jesus Cristo.
A minha menina de vinte e poucos não lhe agrada.

By: Vinicius Osterer
Feito em 25 de setembro de 2016.

Comentários

  1. olá, Vinicius, como vai?
    li. reli. e li de novo por causa da sensação inexplicável que estes versos me causaram. e demorei um tempo para me recuperar deles, pois me parecem próprios de algumas pessoas que tenho convivido (não que essas pessoas tenham a sua grandiosidade na escrita). na verdade, eu que gostaria que essas palavras todas fossem para mim com um claro e definitivo "desisto de você" em conclusão. é uma pena a realidade não corresponder à arte de vez em quando...
    bom, vejo que esses dois últimos meses têm sido bastante produtivos para você e estou achando isso maravilhoso, de verdade. continue sempre escrevendo ;)
    beijos

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    Respostas
    1. Obrigado pela motivação!!! Para falar a verdade, ás vezes acho que sinto de mais a vida... é estranho tudo isso e o mundo acaba pesando sobre meus ombros... Mas fico feliz em saber que de uma forma ou outra isso q escrevo traga alguma identificação... E como é uma pena msm... é bem mais fácil por para fora em poesia do que viver esta realidade!! Obrigado pelas palavras!!! :D

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