Não é Mamãe!

Eu sempre tive medo da sociedade.
A sociedade não te assusta?
Ela usurpa o que lhe oferece,
Parece um ritual de troca que não favorece,
E é muito intimidador a precisão das palavras,
São pessoas e mais pessoas tão brabas,
Que querem por que querem achar algum defeito,
Querem ver o erro e não o seu acerto,
E isso machuca muito em todo lugar,
Não sei mais se é certo lhe amar,
Por que isso não é ir na corrente de coerência,
Como se o amor precisasse de certa interferência.
Eu tenho medo de me afundar,
Tenho medo de que isso vire uma piada,
Eu sempre tive medo da opinião que machuca,
E não estou tão preparado para mais e mais do mesmo,
Daquilo tudo que sempre foi tão ruim na minha vida.
Mas você me faz ser a vida que germina,
Aquela que brota na primavera,
Que já foi uma semente na terra,
E hoje é um belo botão de rosa branca,
Com você me sinto uma criança,
Leve, atrapalhada e toda cheia de graça,
A sociedade é uma desgraça!
E tenho medo de desgraças na minha vida.
Sou forte. Sim. Isso sim. Mas tenho medo.
Tenho medo das pessoas, elas manipulam o mal,
Estipulam as regras daquilo que é certo,
Mas eu não sou certo, não quero certeza,
Eu quero amar e quero ficar quieto,
Dentro da minha vida, da minha grandeza,
Isso não mata ninguém, não tira nada de ninguém,
Isso acrescenta a minha essência,
A minha vontade de desobediência,
Por que não quero ser igual a todo mundo,
Nem amar o que todo mundo ama,
Nem sonhar o que todo mundo sonha,
Nem beber o que todo mundo bebe,
Nem sair onde todo mundo vai,
Nem falar sobre o que todo mundo fala,
Eu quero amar da minha forma,
Sem tiro de canhão, sem revólver com bala,
Dessa maneira bonita que leio tanto nos livros,
Daquela maneira sem maldade que se vê nos antigos,
E isso é o que eu coloco para fora,
Tenho medo da sociedade e da opinião que me devora,
Me faz ser um resto de nada,
Um corpo todo feito de retalhos,
Daquilo que é bom com os atalhos,
Aparrando a verdade sobre as coisas da matéria.
A sociedade não te assusta?
A sociedade é uma desgraça!
Eu não quero que ela seja justa,
Só não quero apenas ser massa.
A sociedade não é mãe, ela é uma madrasta.

By: Vinicius Osterer
Feito em 03 de Outubro de 2016.

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