Pôr do Sol

Se quiser estarei vendo o pôr do sol,
Como um bobo, sendo alguma coisa,
Não sendo nunca tudo aquilo.
Eu estarei aqui sentado no pôr do sol,
Estupidamente sendo alguma coisa,
Sendo bem mais leve e tranquilo,
Bem mais leve e mais tranquilo.
Não tenho rancor,
Eu tenho amor,
E se quiser lhe pego nos meus braços,
Lhe embalo e mexo nos seus cabelos,
Lhe faço crescer dentro do meu peito.
Por que eu já observei todos os seus traços,
Já provei todos os seus jeitos de desdenhos,
Se eu faço o torto você quer o direito,
Não sou tudo aquilo, mas sou alguma coisa.
E sou uma coisa leve e confortável,
Que lhe ama seu miserável,
Desculpe. Ás vezes sou tão rude.
Lhe amar é tudo que eu pude,
Você não é obrigado a retribuir de volta.
Mas estarei aqui, de peito aberto,
Olhando o pôr do sol com você tão perto,
Que posso tocar seu rosto em um substantivo abstrato,
Colocar você em um porta-retratos,
Guardando você na minha carteira vazia,
No plano de fundo da minha alma preenchida,
Em cada canto da minha breve vida,
Somos dois ridículos em sentidos opostos.
Você me desdenha mas eu sei dos seus gostos,
Te amar é tudo o que eu posso,
Por que ás vezes me privo muito das coisas.
Não tenho rancor,
Eu tenho amor,
E como dói ver você sofrer,
Queria lhe beijar até você se reerguer,
E ver o quanto é tão forte e tão amado!
Contigo não existe o pecado,
Só as melhores lembranças e conversas,
Lhe quero até nas situações adversas,
Neste lindo pôr do sol, sendo alguma coisa.

By: Vinicius Osterer
Feito em 22 de Setembro de 2016.

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