Dallas

Plantei temporais? Colherei calmarias?
E se tiver lei do retorno, o que tu me dirias?
Um tiro frio e cortante no meio do meu peito,
Sofisticado como um texano de Dallas por direito,
Eu vi em sessenta e três no Dealey Plaza,
Mas não fui eu que matei Kennedy, estava em casa.
Se você não gosta deste texto,
Espere um pouco que ele mudará.
Deep Ellum na contra cultura da minha oração,
Eu sou o filho da morte e senhor da escuridão.
Um tiro frio e cortante no meio do meu peito,
Comer fora às vezes não é nenhum defeito,
Eu vi em sessenta e três no Dealey Plaza,
Mas não fui eu que matei John F. Kennedy.

Queria ter meus cabelos compridos, e ser mais feminino.
Queria poder andar nas ruas pregando aquilo que ensino,
Para erguer minha cabeça que anda tantas vezes no chão.
E não queria ter uma arma sobre a minha mão,
Por que tenho rosas e feridas sobre as palmas,
Tenho calos sobre os pés,
Por que andei, andei, e andei, sem chegar a lugar nenhum.
E não queria derrubar meu império, nem dizer adeus,
Por que eu ainda tenho fé e acredito em Deus,
E ele está acima de todas as coisas,
Está embaixo também,
Ele habita o meu corpo indivisível e inerte.
Você não precisa dizer, você só precisa acreditar,
Por que meu anjo da guarda me disse! Isso é arte!
E Deus disse que anjos não mentem,
Se não forem corrompidos pelo pecado.
E eu sou o pecado, mas sou a iluminação,
Sou a pomba de Cristo e toda devoção,
Por que eu pareço muito com o domingo de Páscoa.
Se protestante ou hispânico e católico,
Eu não quero mais ser simbólico,
Nem quero mais ser ornamental,
Eu quero tudo que eu tenho,
Por que cansei de não ser real.
Eu abri meus olhos, acendi as velas que devia,
Dallas no oeste do que eu não poderia,
Dizer que era a pura realidade,
Eu tenho sangue sobre mãos,
Mas não matei o presidente,
Eu matei os princípios, pulei andares do prédio mais alto,
Que é feito de vidro e tem janelas e reflexos,
E me perdi nos reflexos, me perdi nos gritos,
Entre o mundo da arte e dos meus próprios vícios.
Eu não plantei temporais. Semeei sonhos, pavimentei estradas,
Colori os meus cabelos que não prestavam para nada.
Mas não fui eu que matei John F. Kennedy.
Estava em sessenta e três, lavando louça na pia,
Por que queria andar de cabeça erguida e sem pudor.
O que cruzou foi uma bala cilindra e fria,
Que me causou uma terrível e imensa dor.
Enterrem o presidente,
Enterrem aquilo que eu já fui,
Eu sou um texano sofisticado,
Se este texto for um crime,
Eu me considero culpado!
Mas não fui eu que matei John F. Kennedy.
Crime? Crime é não se amar!
Deep Ellum, Dallas.

By: Vinicius Osterer
Feito em 09 de Fevereiro de 2017.

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