BANG

Bicha.
Não cativa.
Seletiva.
Detestável.

Grita:
“Some, passa, fora, longe!”

Diga:
“Não, exato, isso, talvez.”

Não venha e não vá.
A senha é MORRA DESGRAÇADO.

Não aumente o volume da televisão,
Desligue o canal e a música.
Não quero luzes coloridas e dança.
Não quero nada que me iluda.
Foge daqui com seu cavalo,
Pega a poesia que já foi Cynara,
Que já foi Moinho,
Que já foi loucura!
Desapareça na insanidade dos vinte e quatro,
Se tranque no quarto
E crie um personagem imaginário,
Escreva pelo calendário,
Cadê o monstro que mora de baixo da cama?

Dirija:
“Esquerda, direita, volte e meia vamos dar”
“Eu cansei, quero sumir, me enegrecer, não mais amar”

Seca as lágrimas,
E vai.
Na via.
E some.
Bem longe.
Selvagem.
O que eu fiz com tudo isso?

Geleia.
Arco-íris.
Cor que tudo é cor.
A rosa e a dor.
Mãe, como te amo!
Poesia sem engano,
Quem você sonha em ver?
Em qual número está configurado?
Me coloque na primeira página, meu amado!
Me ame com sal! Seu filho da puta!
Seu filho da puta! Seu filho da arte!
Eu bebi demais ontem de noite, seu desgraçado.
Deixou eu me sentir culpado?
Cadê a arma da minha cabeceira?

BANG. E agora?
BANG. E agora?
Borboletas selvagens 2.0
Ou um cadáver na minha sala de estar?

By: Vicenzo Vitchella
Feito em 24 de agosto de 2017.

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