Bianca

Era branca como a névoa?
Era preta como o carvão?
Se chamava Bianca
Mas não era mulher não.
Nem um homem, nem um animal
Era uma cor não habitual
Existia apenas dentro da existência
Estava presa na catedral do verso
Gritava porque estava na demência
Das vozes do seu retrocesso.

Bianca
Bianca
Nem preta
Nem branca
Nem romântica
Nem banal
Uma cor
Um animal?
Nem gay
Nem parda
Nem com listras
Nem com sarda.
Bianca
Nem falsa
Nem santa
Nem matéria
Nem governada
Nem governanta
Nem do governo.
Bianca não é morte
Nem abutre, nem o coveiro.
Bianca não ama
Não chega em primeiro.
Bianca
Bianca

Bianca nua na estrada
Bianca não pode ser amada
Bianca sua cor é transparente
Como um verso descontente
Que sai da minha boca e grita:
Bianca! Bianca! Bianca!
Quando você vai existir, oh criatura?

By: Vicenzo Vitchella
Feito em 28 de agosto de 2017.

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