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Belo espetáculo para alguém que não sabe o que quer.
Abriu uma taça de vinho tinto e seco, fechou o coração.
Deitou com um homem, beijando uma linda mulher,
Travou os dedos no teclado, os olhos no céu, era uma oração:
- Quem acredita nas estrelas uniformes?
Estrelas não tem um formato de cinco pontas?
Para onde foi meu lápis de cor amarelo?
Bebi demais, e se ainda quero
Construir com linhas o meu castelo
(Deixei a bebida um pouco de lado).

Amanhã de manhã verei o que não vi.
De tarde escreverei o que nunca escrevi,
Contrariando a ordem da minha terapia passada
Como não escrever mais sobre nada?
(Tomei mais um gole e esvaziei a taça)
Escrever sóbrio não tem nenhuma graça!
Blablablá, palavra que já perdeu o tom predestinado
Mulher, mulher! Um homem? Eu não sou culpado!
Esse complexo ainda vai acabar me matando.

Belo e sinuoso nas suas curvas mentais,
Sem sexos, pensamos mais que animais,
E não guinchamos como porcos despudorados
Nervos na pele tão sensibilizados
Amando sem um celular e uma penetração
Muito mais do que uma marca no pescoço e masturbação,
Poesia contrária a ordem social proposta,
Tudo vira bosta (desliga Rita Lee, que já está tarde).

Louca. Como me disse para não escrever?
Mais louco sou eu que não consigo prever
Os passos que ele dá contrariando minha vontade.
Como um homem castrado de ti, saudade me invade.
(Bosta, sequei a garrafa) Quif! Quif!
De longe ele é o meu desmaio.
De um signo do mês de Maio?
Acabei de expor o que eu sinto.
(Onde foi que guardei a outra garrafa?)
(Chega por hoje, vai querer ser um alcoólatra?)
(Seu animal)

By: Vinicius Osterer
Feito em 17 de novembro de 2017.

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