DRAG(ão) da Lua

Ela (e) sabia que estava sendo observada,
Pelos olhos daquela nave do espaço.
Não adiantava colocar uma maquiagem pesada,
Não seria assim tão simples como aquele abraço,
Deixado no cenário atemporal da memória.

Da janela do seu quarto, cobertor colorido.
Uma palheta de cores em um corpo esculpido.
Pisou nas estrelas, mas viu um clarão,
Gritaram bem alto: “É uma abdução!”
Talvez tivesse bebido vodca com seus calmantes.

Ele (a) não vinha em um cavalo branco,
Talvez em cima de um belo tamanco,
Quarenta e três, quarenta e quatro.
Trabalhado com penas de pato,
Ou plumas brancas, coladas com brilho no glamour.
Sayin’ Bonjuor, mon amour,
Com seu delineador e spray de cabelo,
Sete horas da manhã, de uma quarta de Janeiro,
Correndo das luzes que faziam símbolos na plantação.
Era uma conspiração de seu maiô repleto de lantejoulas.

Com o passaporte interplanetário,
Nas cores de um alfabeto primário,
Um código maior do que a minha escrita patética,
Nem simbólica, nem telepática, nem eclética,
Pareciam rosas cochichando no escuro.

El (e/a) pensou: “Honey... Sua maquiagem está carregada!”
“Para um primeiro contato? Cadê sua nave arredondada?”
Parou de correr e viu a face do dragão da lua.

By: Vinicius Osterer
Feito em 19 de janeiro de 2018.

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