Náufrago

Eu afundo, eu afundo
Cada vez mais para baixo dentro desta miséria.
Eu afundo tanto que me falta ar que seja respirável e não tóxico,
Eu me afundo em sentir e deixar de sentir como o tempo.
E me afundo dentro e fora de mim, eu sou o vento
Que meche os cabelos duros e cruza as mãos emboladas,
Maldições proferidas em casas abandonas,
Velhas solteiras que sempre foram amaldiçoadas,
Minha coisa toda que eu chamo de ser humano.

E mistura
Mistura com colher de pau toda amargura,
Costura os meus pedaços e me sutura,
É tão trágico viver em um mundo tão triste,
Colori para mim o que não existe,
Os tons noturnos de quando sinto que é inverno.
Fechem meu terno
Sobre um vestido
Do que eu acabei escrevendo e nunca foi lido,
Das coisas todas que aprendi a ser me afundando.

By: Vinicius Osterer
Feito em 14 de fevereiro de 2018.

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