Equinócio de Setembro V

Feito em 21 de Setembro de 2014...
Sim sou, sim eu sou uma parcela significativa do crime e processo,
Ouvi aplausos e de aplausos me viciei, sim eu confesso,
Equinócio de Setembro eu não sei nem por onde eu começo,
Tenha um pouco de paciência, quero descrever este crime em um verso.
Compreenda-me, por favor, eu insisto e eu lhe peço,
Estou confessando-me por que eu quero ser honesto,
Eu me matei, uma parte de eu morreu, equinócio funesto.
Nada se faz ou se fabrica no sentido reverso.
“Roubar a minha vida? Isto chega a me dar náusea,
Não existe um vilão, ou um comprometimento de causa”
“Para curar e apaziguar as suas terríveis feridas,
Você precisa deste tempo, das suas férias merecidas”
Precisei quebrar o silêncio, matei alguém e coloquei no porta-malas,
Não podia mais guardar, retirei este segredo do meu peito,
“Abrir a boca é morte, é tiro no meio da sua cara”
Não posso ser torto, incorreto. “Não sou direito e nem perfeito”.
Perdi o controle e tudo que eu tinha conquistado,
Em um jogo de tabuleiro com uma virada de um dado,
E sim, eu sou um humano e estou me sentido drogado,
“As minhas melhores partes desmembradas pelos lados.”
Aquele maldito amor, aquele olhar e aquele amar,
Foi a forma de isto acontecer, a forma de me matar,
Um cadáver no porta-malas que eu tenho que enterrar,
Preciso ir, preciso ir, quero chegar e escavar,
Não quero beijos, não quero olhos, nem mesmo felicidade,
Quero a covardia, todos os meus medos e a minha maldade,
Não há nada nesta Terra que supra minha necessidade,
Isto é maior que o equinócio, é a primavera da verdade.
Este equinócio é tão frio e tão prático,
E este frio é o amor frio que tenho aos fatos,
Não gosto de música e prefiro sempre o estático,
Do que ouvir pensamentos insignificantes e chatos,
Sobre amor, sobre olhar e sobre amar,
Os três maiores medos que me obrigaram a atirar!
Tenho um corpo morto em decomposição no porta-malas,
“Virou força de meu hábito, olhe seu tom, cadê minhas balas?”
“Calculei de uma forma inflacionada,
A quantidade de veneno e aspereza da minha língua,
Passei da dose e acho que você foi envenenada,
Depois você morreu com um tiro por que não tive saída!”
Não adianta se amar de uma forma vangloriada,
Se continuar a colocar o seu dedo na ferida.
“Eu caí no buraco do Sr. Coelho e suas chances foram grandes,
Agora estou mais apegado ao meu humor psicopata trágico,
Sou quase a imbecil da Dorothy no caminho dourado até Londres,
Voando em um balão para a Terra de Oz, que mágico!”
Amor, aquele amor, tão frio e nada fantástico,
E eu com meu veneno tornando-me mais pragmático.
Podando as arestas e fechando as frestas,
Eu já fui a arte da sedução e mentira,
Eu sou um exemplo para ser fixado,
Nos grandes painéis que você olha na esquina.
Se eu inspiro a sua obra, pode falar me confesse,
Peça perdão por não poder me contar,
Um dia quem sabe seja e não negue-me,
Aquele amor, aquele olhar e amar.
Eu tenho um corpo para enterrar!
Eu tive que matar para não parar no tempo,
Usar a minha ideia um crime, “eu não aguento!”
Um crime dos grandes, um crime bárbaro e horrendo,
“Não posso aguentar, não quero tentar, eu lamento!”
Não me julgue, pois você não faz nem mais e nem menos,
Eu apenas lhe apresentei os meus sonhos e meus venenos,
E tenho uma parcela significativa de culpa sobre o crime e processo,
Todos possuem seus vícios e esses são os meus, eu confesso,
Matei uma pessoa, e o enterrei neste mesmo verso,
Sim eu fiz. Eu fabriquei pelo sentido reverso,
Equinócio de Setembro. Foi um fim. Então recomeço.
O amor próprio é tudo. Se dê valor. Eu me despeço.

By: Sebastien Cavendish

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